Por: Carolina Akerman
Procurei a palavra criatividade em alguns dicionários e a definição que mais me agradou foi uma das definições do dicionário Aurélio apresentada como "a capacidade de inventar, de criar, de compor a partir da imaginação". De acordo com Adriana Falcão, no livro Pequeno Dicionário de Palavras ao vento, a imaginação é "todo filme que passa na cabeça da gente". Assim, quando conseguimos elaborar e apresentar de alguma forma pensamentos da nossa imaginação estamos sendo criativos. A criatividade, no entanto, nem sempre é vista com bons olhos, porque ao usá-la desestruturamos uma realidade já estabelecida, muitas vezes acomodada por aqueles que a vivem, e uma ideia criativa chega muitas vezes para inovar, mas também para chacoalhar a zona de conforto. Frequentemente, nós seres humanos, nos desestabilizamos emocionalmente diante de problemas que, em um primeiro momento, parecem não ter solução. Podemos no entanto, encarar alguns problemas como oportunidades para o exercício da criatividade. A instituição escolar pode ser inimiga da criatividade porque muitas vezes bane oportunidades de desenvolvimento e aprimoramento do processo criativo das crianças em prol de paradigmas institucionais e até legislativos no qual os estudantes têm que cumprir determinadas horas de determinadas maneiras, tendo assim que deixar de lado seu potencial. Um ambiente acolhedor, no qual a criança possa desenvolver sua autonomia como ser social, e que seja escutada e vista em suas peculiaridades é bastante favorável ao desenvolvimento de processos criativos. (O ambiente acolhedor, no entanto, também dá limites e contorno às crianças, diferentemente de uma educação Laissez-faire esse ambiente acolhedor se propõe a desenvolver e aumentar o repertório da criança e não apenas deixar a criatividade fluir sem proposta).O universo infantil permeado por fantasia e imaginação, muitas vezes trazem ideias descabidas ao mundo real, no entanto, podem surgir desse universo criações que nós adultos pela vivência e experiência de vida nem conscientizamos. Os processos criativos são divididos em etapas, e, uma delas consiste em anotar todas as referências que surgirem, mesmo as mais absurdas, como em um "brainstormin", porque haverá uma etapa a seguir que avaliará as possibilidade de implantação real dessas ideias. Criar, inventar e inovar faz parte da saúde mental dos seres humanos. São práticas relacionadas não só com a resolução de problemas mas com auto realização pessoal.
Escrevi esse texto inspirado no workshop Criatividade e Inovação: Chaves da Experiência ministrado pela Pereira Sandra e organizado pelo Instituto Francis
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