Por: Carolina Akerman
Desde pequena minha mãe me conta histórias dos tempos de escola. Ela estudou a vida toda na mesma instituição. Durante todo o tempo que frequentou a escola, de
sde os primeiros anos primários (ensino fundamental I) até o colegial (ensino médio), as carteiras eram dispostas em fileiras e a mesa do professor ficava em um palanque um pouco mais alta que a mesa dos alunos. Os estudantes tinham que se levantar quando a professora entrava na sala (até o final do fundamental I ela só teve e só conhecia professoras mulheres) e, sinal de respeito, e as aulas eram todas expositivas, ou seja, o professor falava e os alunos ouviam e anotavam. Quando era solicitada de fazer uma pesquisa, havia
m duas grandes enciclopédias que eram referencia: Delta Larousse e Barsa e a e as pesquisas na maioria das vezes vinham daí. Naquele tempo haviam então poucas fontes de pesquisa, e aos estudantes restava acreditar nas informações de seus professores, pais e enciclopédias. Como sabemos a tecnologia evoluiu e, para fazermos uma pesquisa basta digitar no Google e uma infinidade de possibilidades aparecem diante dos nossos olhos, a internet então ampliou radicalmente as referencias e a possibilidade de ter informações. Esse fato gerou a necessidade da instituição escolar se adequar às novas possibilidades de adquirir informações. A internet existe, não podemos negar, cabe então aos professores ensinar seus estudantes em como usá-la. Como qualquer pessoa que tem acesso à internet pode colocar informaçõ
es na rede, o desafio dos professores da era da internet gira em torno de saber selecionar fontes seguras de pesquisa, e fazer com que os estudantes tirem proveito da enorme quantidade de fontes para questionar a veracidade dos fatos. Diante desse contexto o professor sai do lugar de único detentor do saber e fica frente a frente com se
u estudante para questionar e problematizar os saberes. A demanda de um indivíduo que sai da escola hoje é diferente da demanda do aluno que se formava na escola na década de 70. Hoje, diante da alta velocidade da transmissão de informações o mundo nos exige ser mais questionadores e críticos do que no século passado. Hoje eu sou professora do fundamental I e dou também aulas particulares pro fundamental I e II. Na sala de a
ula sentamos sempre em roda e muitas vezes as crianças de 6 ou 7 anos me trazem informações interessantíssimas que viram na internet e que eu não fazia ideia que existiam. A relação com os estudantes passa então a ser horizontal e o conhecimento em vez de passado de cima para baixo é compartilhado.
Para ler mais sobre as relações sociais no século XXI sugiro o artigo: SANTOS, Fabrício Barroso dos. "Relações sociais no século XXI"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/…/relacoes-sociais-no-secul…>.
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